sábado, 21 de agosto de 2010

O Pintor

Seu nome é Bira, é um grande pintor; de parede, e nem é tão bom assim, diria que é um pintor meia- boca um quebra-galho, trabalha na mesma empresa que eu, passa o dia pintando e quando não tem o que pintar fica passeando de tobata pra baixo e pra cima.


Um dia a mãe do dono da firma se mudou e pediu que ele fosse pintar a nova casa, acontece que neste mesmo dia a Clarinês, nossa querida cozinheira, fez uma rabada acompanhada de batata-doce que saía faísca de tão boa, a rabada da Clarinês tem fama internacional de apetitosa que é ,quem come não esquece. O Bira também tem fama internacional,só que de morto de fome,comeu uma vez e pediu pra repetir,Clarinha sempre gentil e bem humorada serviu ,só sei que foram quatro pratos.A tarde foi fazer o serviço na casa da patroa,ela o deixou na sua residencia e foi pro trabalho, e ele pintou ,pintou,pintou até que sentiu um leve suor frio brotando no rosto acompanhado de um espasmo na barriga,e se contorceu,isso já era la pelas cinco da tarde,as cólicas aumentaram,já tremia,não dava mais pra agüentar,precisava fazer uma sessão de descarrego urgente e o banheiro mais próximo era o dela,e foi neste mesmo que se acomodou e fez um parto sim um parto porque aquilo não era natural,tinha que ser coisa do capeta de tão grande.

Um suspiro  de alívio saiu de sua boca, foi quando ouviu o barulho inconfundível do carro da dona da casa, mais que depressa puxou a descarga, e nada, não desceu, ela desceu saiu carro, já estava no portão, puxou novamente  o cordãozinho e nada, não desceu, já se ouvia os passos no pátio, pra sua salvação tinha uma balde no banheiro,encheu,despejou, aquilo fez que foi e voltou, totalmente em pânico a ouviu limpando os pés no carpete escrito bem-vindo na porta de entrada, então não tinha jeito, aliás, só tinha um jeito.

Sem pestanejar agarrou o produto que boiava no vaso como se estivesse debochando de sua cara, pegou com as mãos, esmagou e devolveu pro vaso ,puxou a descarga e finalmente desceu,passou uma água nas mãos male e male e foi pra onde estava pintando, as mãos ainda cagadas, a patroa entrou:

_Boa tarde, Bira.

E estendeu as mãos pra cumprimentá-lo.

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